Fragile (Frágeis)
Fragile
des promesses qui s’éloignent des rives
mot frémissant
les ombres en moi
ne cessent de rêver
je marche au milieu d'un fouillis sauvage
paysage trahit
bégaiement des arbres
souvenir d'orage
désordre des feuilles
la lourde porte de la maison
le froid parfois grignote les heures
le vent s'enfuit
balayer le néant
l'usure des mémoires qui se lèvent
ton chant s'accorde
avec nos corps nus
le souffle de fêlure
qui vient distraire le silence
parcourir l’éphémère
passion sans lendemain
vignette languide
le possible se déploie
Frágeis
promessas que se afastam da costa
palavra trémula
as sombras em mim
nunca deixam de sonhar
caminho por um matagal selvagem
a paisagem trai
árvores que gaguejam
memórias de tempestades
a confusão das folhas
a porta pesada da casa
o frio às vezes mordisca as horas
o vento foge
varrendo o vazio
o desgaste das recordações que se vão acumulando
a tua canção está em sintonia
com os nossos corpos nus
o sopro das fendas
que distrai o silêncio
através do efémero
paixão sem amanhã
vinheta lânguida
o possível desdobra-se
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